Ouro Preto e Rio Acima – Uma única árvore sobrou de testemunha da floresta densa que antes a cercava. Resta agora, solitária, em um rombo que expõe solo arenoso, barrancos cortados por máquinas e nivelados pelo homem. A sobrevivente é uma peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron) – uma espécie nativa da mata atlântica, classificada como ameaçada de extinção pela União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN/2024). No entorno desse espécime que resiste em uma área devastada no município de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, de 2022 para 2023 desapareceram oito hectares de árvores que o circundavam, vegetação de mata atlântica primária ou em regeneração.
A situação já é suficientemente grave, mas é só uma amostra ínfima de como o estado devasta esse bioma rico em biodiversidade e recursos hídricos, tornando-se o maior desmatador da mata atlântica no país (veja arte na página ao lado). Pior do que isso, Minas é também onde a mata atlântica madura – floresta totalmente preservada ou sem interferência humana visível há pelo menos meio século – mais sofre derrubadas.
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